sábado, 13 de junho de 2009

A farsa dos motores flex-fuel

Os chamados motores flex-fuel, que funcionam com gasolina, álcool ou uma mistura dos dois em qualquer proporção, viraram febre no país. A maioria dos carros novos à venda usa essa tecnologia. O problema é que, embora esse tipo de propulsor funcione com etanol, ele tem a eficiência comprometida para manter a compatibilidade com a gasolina.

Para entender melhor: se por um lado a queima do álcool gera menos energia que a da gasolina, o que gera maior consumo, por outro lado o combustível renovável apresenta maior resistência à detonação (octanagem), suportando taxas de compressão maiores que a do combustível fóssil. Um motor puramente a álcool suporta facilmente taxas de compressão maiores, tipo 14:1, enquanto o propulsor a gasolina trabalha com taxas entre 10,5:1 e 12,6:1.

Para que o flex-fuel possa também funcionar com gasolina, a taxa de compressão tem que ser limitada. O resultado é que a queima do álcool no motor flex-fuel acaba sendo menos eficiente. O motor funciona com engasgos, consumindo mais combustível e desenvolvendo menor potência do que faria se fosse somente a álcool. O ganho de potência do álcool em relação à gasolina até acontece, por causa das características da vaporização do combustível, mas se a taxa de compressão fosse otimizada para o álcool essa vantagem seria bem maior. Como disse um dos criadores do Proálcool, em entrevista à Carta Capital: o carro flex é um bom carro a gasolina e um carro a álcool apenas regular.

A solução seria um motor com taxa de compressão variável, tecnologia que ainda não está disponível no país. Ou então mexer indiretamente na taxa de compressão, usando um turbo, cuja pressão poderia ser ajustada de acordo com o combustível utilizado.

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